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quinta-feira, outubro 30, 2003

nelson rodrigues 

Agora que vejo o meu amigo Arouca interessar-se por Nelson Rodrigues, não posso deixar de me sentir envergonhado por ter lido quase nada do brasileiro. A única coisa que dele li foi uma tradução que fez de um livro de Morton Cooper (que não sei quem é) chamado "O Rei Devasso". É uma espécie de biografia de Frank Sinatra, que comprei, em segunda mão, num qualquer quiosque de Lisboa.

remake 

É bom ouvir Scott Walker cantar Jacques Brel.

marco paulo 

Escrevi, um pouco a despropósito e de uma forma estranha, sobre uma das minhas bandas preferidas - The Go-Betweens. Não sei se alguém deu por isso. Que eu estava a escrever sobre os Go-Betweens e sobre Robert Forster e Grant McLennan, dois grandes songwriters que partilham a mesma banda. Caso semelhante, só os Beatles foram, assim, uma banda bifurcada. Forster e McLennan podiam ter, cada um, a sua banda ou a sua carreira a solo. Mas tiveram e não se deram bem com isso. São melhores quando estão juntos. E sendo, os dois, tão diferentes, não se bem percebe bem porquê. Mas eu estou a escrever este post para falar do Marco Paulo, e não dos Go-Betweens.

Marco Paulo, quer se queira, quer não, é um í­cone. Os seus cabelos de luxúria encaracolada, o seu microfone a passar de uma mão para a outra viverão sempre na nossa imaginação. Mesmo que ele morra, mesmo que não passe a sua próxima prova, como passou a do cancro. Os seus êxitos continuarão a ser ouvidos, por muitos e bons anos, em centenas de lares portugueses. E não só, em muitos estrangeiros, ou de portugueses no estrangeiro, também. Devo acrescentar que, para além de não saber para que é que estou a escrever isto, a primeira vez que Marco Paulo entrou na minha vida me fez chorar. Era eu nascido há poucos dias, conta-me a minha mãe, e as janelas da nossa casa deixavam entrar, aos altos berros, o "Eu Tenho Dois Amores", que se estava a vender em cassete mesmo ali na rua de baixo.


terça-feira, outubro 28, 2003

robert forster e não só 

Escrevi, há cerca de uma semana, sobre um certo Robert Forster que se interessava muito por cabelos. Gostava de acrescentar, para os que não sabem, que este senhor, sobre o seu pescoço, carrega todos os dias a cabeça de um dos mais notáveis songwriters que o mundo nos deu. Também canta e toca guitarra, numa banda conhecida pelo nome de The Go-Betweens. O cavalheiro, que também dança (como tão bem provou no Paradise Garage, há uns meses), só é superado por um bem mais discreto Grant McLennan que, por coincidência, toca guitarra e canta num grupo chamado The Go-Betweens.

palmier 

Aproveito o meu espaço para anunciar, às poucas pessoas que me lêem, o surgimento de um novo blog. Chama-se Palmier e é de visitar. É obra, para além da minha pessoa, de um conjunto de valorosos jovens, cujo futuro será, espera-se, recheado de doces venturas. Somos seis, mas poderíamos ser mais. Cada um (ou quase) com a sua opinião e o seu ponto de vista. Vamos ver o que vai dar isto. Talvez nada, mas mesmo assim...

segunda-feira, outubro 27, 2003

fazer de conta 

"Make believe it's nothing"
diz Cheyenne a Claudia Cardinale, depois de lhe apalpar o rabo, no filme Once Upon a Time in the West

domingo, outubro 26, 2003

bang bang (my baby shot me down) 

Vale ir ao cinema para ouvir, num genérico, a filha de Frank Sinatra cantar uma canção de Sonny Bono.

uma pergunta 

Who is Buster Poindexter?



sexta-feira, outubro 24, 2003

basquiat 

Toda a minha devoção a Basquiat deve-se a um filme menor (mas que eu adoro) de Julian Schnabel. Vi o verdadeiro Jean-Michel Basquiat num filme chamado Downtown 81, mas não sei se não prefiro o Jeffrey Wright a fazer dele.

"SAMO© saves idiots,"

samo(c) 

Um quadro sem título de Jean-Michel Basquiat



quinta-feira, outubro 23, 2003

the death of michael corleone 

Parece ser do sentir geral que o terceiro opus da trilogia d'O Padrinho é o menor deles todos. Partilhei durante muito tempo dessa opinião (ainda partilho - é certamente o menor) e julgava o dito imprestável, principalmente em comparação com os outros dois. Quando comprei a trilogia em DVD, o Padrinho III foi exactamente o último que vi, visto que segui a ordem. O problema é que achei o filme magnífico. Descobri que o que põe as pessoas de pé atrás (eu incluído) é precisamente a comparação com os outros dois filmes. Porque deles não partilha (à falta de melhor expressão) o feeling. Soube, ao ouvir os comentários de Coppola, que o nome original para o filme era The Death of Michael Corleone, mas que os produtores não o permitiram. Realmente o terceiro capítulo da saga não é verdadeiramente um capítulo, mas sim um epílogo para toda a história, e por isso um pouco descentrado. De reparar é, também, que Al Pacino, que tem uma interpretação fenomenal, é quem descentra mais o filme. É que a sua interpretação é a de um homem vulnerável e não a de um todo-poderoso chefe da máfia. Para mais, ficam as imagem da Sicília, das ligações da máfia com a Igreja e com a política, numa história em que se vê bem o dedo de Mario Puzo. Fica também aquela sequência final em que Michael Corleone dá um grito mudo quando a filha (Sofia Coppola) morre nas escadarias da Ópera de Palermo.

quarta-feira, outubro 22, 2003

sorriso 

"Maybe I should just change my style
But I feel alright when you smile"

Fourth of July, Galaxie 500

terça-feira, outubro 21, 2003

cagar é bom 

Não sei como é que se pode fazer um comentário político de palavras ditas num telefonema particular. Não sei como é que as palavras ditas num telefonema particular aparecem impressas num jornal. Ainda para mais se fazem parte de um processo que está em segredo de justiça. Não percebo como é que um homem é acossado por ter dito «cagar» ao telefone com um amigo. E mais, eu tenho a certeza de já ter dito que me estava a cagar para coisas que não estava. E disse-o só por dizer. E não me digam que os políticos têm outras responsabilidades, porque ao telefone com um amigo não têm. Se o Ferro Rodrigues tiver que se demitir que não seja por isto.

michael corleone 

Se me fosse dado a escolher ser uma qualquer personagem de um qualquer filme americano, eu escolhia esta:



segunda-feira, outubro 20, 2003

robert forster 

O australiano Robert Forster preocupa-se muito com o seu cabelo. Essa sua quase obsessão faz com que seja um dos maiores especialistas no assunto. Forster partilha a sabedoria que anos de experiência lhe deram em dois artigos disponíveis na internet. O primeiro é de alguma forma o esboço do segundo, mas parece-me que os dois têm o seu interesse.

amoladores 

A música dos amoladores ouve-se sempre nos dias em que vai chover. E por isso é reconfortante.

domingo, outubro 19, 2003

casamentos 

Continuo a não gostar de casamentos.

voltar 

Depois de dois dias em Portalegre, lugar do casamento da minha prima, volto a Lisboa. Sabe bem voltar a Lisboa, assim como sabe bem voltar de Portalegre.

sexta-feira, outubro 17, 2003

casamento 

Vou a um casamento no sábado. Já não ia a nenhum a algum tempo e não estava assim muito ansioso para voltar a um, mas como é a minha prima, a noiva, tenho de ir. Esperemos que não seja tão mau como alguns casamentos que eu já fui.

quinta-feira, outubro 16, 2003

late night post (mais tardio) 

Tive a oportunidade de ver (e vi) O Perfeito Anormal de hoje (ontem). O programa, que agora vai à rua, mostra-nos o de que mais interessante acontece em Portugal. Na semana passada, Fernado Alvim passeava-se por essa milagrosa rua que dá pelo nome de Morais Soares. Hoje (ontem) o cabelo de Nuno Markl foi posto nas mãos de uma cabeleireira de nome indizível cuja verdadeira paixão era pintar. Os quadros que pintava eram do mais puro mau gosto e encheram-me de ternura. Este programa, que antes parecia destinado ao fracasso, é agora verdadeiro serviço público.

late night post (ou nem por isso) 

Mais um dia. O Benfica ganhou à rasca contra uns cepos. Eu não fiz nada de especial. A vida continua.

p.s. Aquele primeiro quarto de hora da segunda parte fez lembrar outras eras. Mas foi só.

quarta-feira, outubro 15, 2003

ps-antónio costa 

Ouvi ontem, na SIC Notícias, o que António Costa disse à TSF. O seu discurso volta a dar alguma fé aos que, como eu, gostavam de poder votar no PS por boas razões.

darkness 

"I know a thing about darkness
Darkness ain't my friend"

Love Goes On, The Go-Betweens

segunda-feira, outubro 13, 2003

ps-ana gomes 

Ana Gomes, ao fazer as declarações que fez, provou que não pode ser a «voz» do PS. O que disse, além de ser completamente irresponsável, é absolutamente estúpido. E esta afirmação tanto serve para o que a dirigente do Partido Socialista disse na assembleia de militantes da concelhia de Aljustrel como para o que disse sobre José Lamego num telejornal da RTP. Assim, é difí­cil a uma pessoa dizer-se do PS. Muito difí­cil mesmo.

poe #2 

Faço aqui um link para outro conto de Edgar Allan Poe, "The Imp of the Perverse" . Mais que um conto, é uma tese. Os primeiros 2/3 da obra são a explanação de uma teoria muito própria de Poe, a de que o Homem faz coisas pela simples razão de saber que estão erradas. Que é o serem erradas, essas acções, o único motivo para o Homem as fazer. E isto tanto serve para acções erradas moralmente, como para acções erradas porque prejudiciais para a pessoa que as faz. Assim o impulso para a maldade e para a auto-destruição fazem parte da natureza humana. Esta ideia é a base dos escritos de Poe como o é para o trabalho de outros artistas. Por exemplo, para Lou Reed que, não por acaso, concebeu um espectáculo, e um LP a partir dele, inteiramente dedicado à vida e obra do escritor americano.

Este conto, assim como quase a obra completa de Poe, pode encontrar-se neste site.

quinta-feira, outubro 09, 2003

viagens no tempo 

É uma bela fantasia, a viagem no tempo. De todos os filmes que vi e de todos os livros que li, os que tivessem por tema a viagem no tempo sempre me fascinaram. Mais quando era criança, mas mantém-se ainda esse encanto em mim. Conhecer, poder ver, o passado foi coisa que sempre quis. O futuro, embora também me chamasse, metia bem mais medo. O passado era recheado de aventuras, de histórias, de heróis. O passado, já estava feito e não precisava ser mudado, era assim perfeito. Talvez o meu sonho fosse, afinal, ser uma das personagens dos filmes de capa e espada que tanto adorava. No entanto, não houve filme que me tenha deixado tão abismado como O Regresso ao Futuro. Vi-o pela primeira vez tinha menos de dez anos e vejo-o agora com a ternura que se tem por uma coisa que se perdeu.

segunda-feira, outubro 06, 2003

letra de canção 

Esta bossa-nova de Tom Jobim é cantada por Vinicius Cantuária no LP "Sol na Cara"

Este Seu Olhar
Este seu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas
Que eu não posso acreditar
Doce é sonhar, é pensar que você
Gosta de mim, como eu de você
Mas a ilusão quando se desfaz
Dói no coração de quem sonhou, sonhou de mais
Ah! Se eu pudesse entender
O que dizem seus olhos

kapa 

Soube, através da Bomba Inteligente, da existência de um novo blog que põe ao nosso dispor textos da revista K. Eu não lia a revista à altura (nem sequer tinha idade para isso) e a felicidade de poder ler agora todos esses textos, que muitos (e bons) ainda louvam hoje em dia, é grande. A revista K fazia parte do melhor jornal que tivemos, O Independente.

sábado, outubro 04, 2003

poe  

"O Retrato Oval" é um dos contos de Edgar Allan Poe de que mais gosto. Lembro-me de ouvi-lo ser contado por uma das personagens do filme Vivre sa vie: Film en douze tableaux, de Jean-Luc Godard. Depois li-o, traduzido para português, num livro, da colecção dos Livros da RTP, que se chama "Histórias de Mistério e Imaginação". É uma colectânea de contos de Poe, que me fez sonhar e ter pesadelos.

quinta-feira, outubro 02, 2003

chuva 

Gosto destes dias de chuva. Estou constipado.

livro comprado 

"Eliot e Outras Observações" de Pedro Mexia

Livro comprado na Assírio e Alvim dos cinemas King, pouco antes de me sentar, na sala 2, para ver o Amarcord de Fellini.

quarta-feira, outubro 01, 2003

cd comprado 

"Sol Na Cara" de Vinicius Cantuária

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