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quarta-feira, janeiro 28, 2004

como se fora mel 




Lost in Translation is Just Like Honey.

terça-feira, janeiro 27, 2004

morte 

A morte é fodida. Todas as mortes são fodidas. Quando de alguém próximo, são-no ainda mais. Não consigo nem chegar perto da dor que a família e os amigos de Miklos Fehér sentem. Mas habituado a vê-lo jogar no Porto, no Braga, no meu Benfica é quase como se o conhecesse um bocadinho. É triste ver morrer um conhecido. Se o excesso de imagens e comentários que nos invadiram nos últimos dois dias servir para lavar alguma da dor, já serve para alguma coisa.

sábado, janeiro 24, 2004

guerra e paz 

Fiquei a 200 páginas do fim. Li, com o maior dos prazeres, o romance de Tolstoi até quase ao final. Posso mesmo considerar um dos meus livros favoritos, mas não o li todo. Li cerca de 1000 páginas de letra miudinha, de uma edição da Europa-América em livro de bolso. Só os russos conseguiam escrever assim. Só Dostoievsky ou Tolstoi. Escrever o inefável com naturalidade. Com leveza. Tanto era o gozo que o livro me estava a dar, que tive de parar quando o príncipe André morreu.

quinta-feira, janeiro 22, 2004

j.c.m. 

Eu gosto dos filmes de João César Monteiro. Eu gosto muito de alguns filmes de João César Monteiro. Eu adoro dois ou três dos filmes de João César Monteiro. Os seus filmes são estética e éticamente algo distantes de mim. Aqueles últimos fotografados por Mário Barroso perdem a "espessura" na imagem que se encontrava nos anteriores. Le Bassin de John Wayne, As Bodas de Deus e Vai e Vem sofrem deste mal. Só A Branca de Neve se safa. E, apesar de todas as críticas e todas as vilanias que se disseram, safa-se tão bem. Por não ter imagem. Mas tirando tudo isto, há tanta coisa. A Comédia de Deus é um dos grandes filmes portugueses. Mesmo que seja a primeira incursão de Mário Barroso no universo de Monteiro, a beleza é muita. Planos fixos, longos, quase como pinturas. E os diálogos, Meu Deus! Que diálogos! Recuando um pouco mais no tempo, quando os directores de fotografia eram outros, é inevitável recordar a Casa Amarela, talvez o melhor filme português. Só que eu gosto mais do À Flor do Mar, o mais belo dos filmes portugueses. Não sei se João César Monteiro gostava muito dele, talvez fosse um pouco mal-amado, mas, para mim, não há melhor. Quem não viu estas obras de arte, pois são obras de arte, deve vê-las. A sua edição em DVD permiti-o, sem grandes custos.

terça-feira, janeiro 20, 2004

sábados 

Não há hora mais bonita que uma manhã de Sábado ensolarada. Principalmente no Inverno, Outono ou princípios de Primavera. Deve-se aproveitar esta altura da vida para passear distraidamente, descansadamente na Baixa lisboeta. Só assim se tomará total partido das circunstâncias (felizes). Se este texto não fizer sentido nenhum e não sabe do que é que estou a falar, isso é perfeitamente normal. Como o contrário, também, o é.


quarta-feira, janeiro 14, 2004

máquina dos sonhos 

"o homem que sonha é um deus, o que pensa é um mendigo"

Os japoneses apresentaram ao mundo uma máquina de sonhos. Sonhar está disponível a todos. Já não é privilégio de alguns. Os sonhos, de agora em diante, serão pré-programados ao gosto do utilizador. Não mais teremos pesadelos. Veremos, à luz da noite, o objecto amado como se fosse nosso. Já falta pouco.

terça-feira, janeiro 13, 2004

a arte da canção pop 

Nesta canção o wordsmith Morrissey excede-se - é uma das suas letras mais honestas e, talvez por isso, das mais belas. É tão bonita na aceitação de um amor perdido que se afasta da habitual ironia com que o autor costuma responder à vida. E é muito mais pungente que o habitual. É uma grande canção romântica (no verdadeiro sentido da palavra). Os restantes Smiths, com relevo para Johnny Marr, acrescentam justeza, na música, à letra que não precisa de grandes floreados. Desde o início do ano têm aparecido, neste blog, amiúde excertos de letras cuja autoria é de Morrissey. É só uma fase, mas uma fase necessária. Que o chão não nos caia em cima da cabeça.

I Know It's Over - The Smiths

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
And as I climb into an empty bed
Oh well. Enough said.
I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
Oh ...
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
See, the sea wants to take me
The knife wants to slit me
Do you think you can help me ?
Sad veiled bride, please be happy
Handsome groom, give her room
Loud, loutish lover, treat her kindly
(Though she needs you
More than she loves you)
And I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
Over and over and over and over
Over and over, la ...
I know it's over
And it never really began
But in my heart it was so real
And you even spoke to me, and said :
"If you're so funny
Then why are you on your own tonight ?
And if you're so clever
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very entertaining
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very good-looking
Why do you sleep alone tonight ?
I know ...
'Cause tonight is just like any other night
That's why you're on your own tonight
With your triumphs and your charms
While they're in each other's arms..."
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes strength to be gentle and kind
Over, over, over, over
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes guts to be gentle and kind
Over, over
Love is Natural and Real
But not for you, my love
Not tonight, my love
Love is Natural and Real
But not for such as you and I, my love
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my ...
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can even feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my ...

segunda-feira, janeiro 12, 2004

maudlin street 


"Wherever you are
I hope you're singing now"


sábado, janeiro 10, 2004

fawlty towers 

É imposível não ter pena de Basil Fawlty. Ele é rude, grosseiro, ressabiado, snob. Não tem um pingo de bondade no corpo. Mas, por amor de Deus, ter que aturar aquela mulher parece-me castigo de mais. Já para não falar das pessoas "normais" que são os clientes do seu hotel. Parece que todos lutam contra ele. Ainda que tenha o criado espanhol para libertar a sua fúria, mesmo assim, há uma parte de mim que lhe desculpa as maneiras e que torce por ele. Da mesma maneira que sinto que há um bocadinho de Travis Bickle em mim, também de Basil Fawlty haverá.

quinta-feira, janeiro 08, 2004

a regra do jogo 


"O que é terrível nesta terra é que toda a gente tem as suas razões."

- Faites cesser cette comédie.
- Laquelle Monsieur?

terça-feira, janeiro 06, 2004

provérbio necessário 


"Tudo o que é de mais cheira mal"

morrissey 

Há uns anos, Morrissey cantou no Coliseu dos Recreios de Lisboa. Estive lá mais pelos defuntos The Smiths do que pela obra a solo do cantor. Mesmo assim deu para ouvir "Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me" e "Meat is Murder". E mais uma boa dose de canções que eu não conhecia, mas que até soavam bem. Apesar da lotação estar muito longe de estar esgotada (estava para aí meia casa), o fervor dos fãs percebia-se pelas dezenas de sósias de Morrissey (mais parecidos com ele do que o próprio) e pelas flores que não pararam de ser lançadas para o palco. Havia, ainda, aqueles que não conseguiram deixar de agarrar a oportunidade de poderem finalmente tocar no seu ídolo. Tentaram alguns, conseguiram poucos. Os seguranças estavam lá para alguma coisa. Não sendo o melhor concerto que já vi, foi bem agradável. Mas adivinho que noutros tempos conseguisse ser mais que isso.

Só agora, porém, me resolvi a comprar um álbum do senhor Steven Morrissey. Calhou ser o primeiro. Viva Hate. Feito com a ajuda de Stephen Street (a fazer as vezes de Johnny Marr) na composição, conta com a guitarra (em ocasiões demasiado discreta) de Vini Reilly e com as irresistíveis líricas de Morrissey. O álbum tem pontos fracos (canções que não se percebe a razão de existirem), mas quando acerta, acerta em cheio. "Suedehead" é o single perfeito. "Everyday is Like Sunday" é a canção perfeita. E "Late Night, Maudlin Street" é canção das mais belas que estes ouvidos escutaram.
Mesmo desequilibrado, "Viva Hate" tem para mim, neste momento, cotação maior que o melhor álbum dos Smiths, indiscutívelmente, "The Queen is Dead".


domingo, janeiro 04, 2004

armageddon 

"Everyday is like Sunday
Everyday is silent and grey"

Everyday is Like Sunday, Morrissey

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