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sábado, fevereiro 26, 2005

brasileirismo 

Continuando na onda brasileira, a letra de uma canção de Chico Buarque que se ajusta perfeitamente aos tempos que correm: Carolina (a ouvir na versão de Caetano Veloso do seu white album)

Carolina
Nos seus olhos fundos
Guarda tanta dor
A dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei que não vai dar
Seu pranto não vai nada mudar
Eu já convidei para dançar
É hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor
Uma rosa nasceu
Todo mundo sambou
Uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo
Pela janela, ói que lindo
Mas Carolina não viu

Carolina
Nos seus olhos tristes
Guarda tanto amor
O amor que já não existe
Eu bem que avisei, vai acabar
De tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar
Agora não sei como explicar
Lá fora, amor
Uma rosa morreu
Uma festa acabou
Nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela
O tempo passou na janela
Só Carolina não viu


sexta-feira, fevereiro 25, 2005

achamento 

Fui, estive no Brasil. Durante duas semanas na Bahia (grafismo antigo e de lá). O charco de violência e paixão do Rio de Janeiro, anos 50, de Nelson Rodrigues - A vida como ela é... - sobrepunha-se nos meus sonhos ao sol escondido e à chuva imensa, fim de Carnaval, fim de Verão. Ou não. A chuva a molhar os teus cabelos, o teu corpo e o teu olhar. Tu a cirandar por ali. A imagem que reencontrei, para de novo perdê-la. Do resto, pouco há a dizer - o normal. Praia, mar, lentidão, sotaque. Axê, calor, alegria, Brasil. O que se espera. No fim, as compras de última hora, no aeroporto de Salvador, o cd de Jorge Ben - Que Pena (Ela já não gosta mais de mim) -, o tão desejado Anjo Pornográfico. Regressei quarta-feira de manhã. Custa-me a habituar ao doce frio português, à tua ausência. Mas vai-se entranhando, já me esqueço.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

a ti 

E agora, bem a despropósito, um dos poemas mais belos de Sophia, o mesmo que dizer de qualquer um:

Terror de te amar num sítio tão frágil como o
[mundo.

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

film noir 


Edward Hopper. Nighthawks. 1942.

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

anarquia 

Ontem estava a ver televisão à noite. Deu o Jerry Maguire na TVI. Numa das primeiras cenas do filme, um movimento de reconhecimento - que som maravilhoso é este, eu sei o que é isto. A guitarra de Vini Reilly. Requiem Again. Vi o sujeito em carne e osso, há cerca de um ano, no café dos jardins da Gulbenkian, um dia antes do concerto dos seus Durutti Column no Santiago Alquimista. É um homem gasto, a cara cheia de rugas, magríssimo, o cabelo prateado. Canta horrivelmente (como provou no dito concerto), mas a beleza que extrai das cordas da guitarra eléctrica. Volta agora para a fábrica que o criou, para ao pé do amigo Tony Wilson. Se Manchester tem muito por que responder, também tem muito que se lhe abençoe.

autosuggestion 

"Deixa de ser parvo e romancista russo" - conselho tirado a João César Monteiro (via Voz do Deserto)

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