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terça-feira, setembro 27, 2005

weirdos 

Bottle Rocket. Um filme de weirdos, com weirdos, para weirdos. Ultimamente, tem vindo a passar no Hollywood, sob o título português Roda Livre; a última das quais há umas duas semanas, à hora de um Benfica-Leiria, que não vi por causa disso. Trata-se simplesmente de uma das melhores comédias dos últimos anos, e, possivelmente, do melhor filme de Wes Anderson, cineasta de personalidade bem vincada - qualquer das suas obras é imediatamente reconhecível como sua - e autor desse clássico moderno que é The Royal Tenenbaums. É a primeira longa-metragem do realizador e foi escrita a meias com Owen Wilson, que, como o seu irmão Luke, é um dos protagonistas. Data de 1996, altura em que eram todos perfeitos desconhecidos.

Se há filmes do género (as weird comedies) que se esgotam num só visionamento - não veria, apesar de ter gostado muito, I Heart Huckabees outra vez -, não se gosta de Bottle Rocket à primeira. Eu, pelo menos, não gostei. Ou melhor, achei pouca graça. Porque é um filme de detalhes. Victor Hugo dizia que Deus se encontra nos detalhes. Wes Anderson prefere substituir Deus por comédia - e, daí, talvez sejam a mesma coisa -, e encontra-a nos pormenores mais pequenos e irrelevantes. Em tudo, é preciso ter uma predisposição especial para ver certas coisas. Neste filme, ela é imprescindível.

quinta-feira, setembro 08, 2005

a vassoura 

O blog do meu pai.

quarta-feira, setembro 07, 2005

junk 

Há algum tempo (dois, três anos, talvez mais), os Libertines eram vistos como a mais prometedora banda inglesa. Imaginação ou delírio da imprensa musical britânica (que é dada a estas coisas) - em Portugal, por exemplo, são pouco conhecidos - o certo é que faziam umas canções jeitosas, ideiais para acompanhar as cervejas servidas nos pubs ingleses. Surgiram no dealbar do renascimento do rock, mas afundaram-se nas usuais contra-indicações do sucesso muito antes da actual explosão de novas bandas. Se o primeiro álbum é agradável, no segundo já se sente muita droga a flutuar por ali. De qualquer maneira, estiveram sempre mais próximos da música e arrogância de uns Oasis do que de quaisquer tentativas de emular a coolness da new-wave, agora usuais.

Peter Doherty fez parte dos Libertines, era mesmo a figura mais relevante do agrupamento. Era um dos vocalistas, e talvez guitarrista também, não estou certo. Os Libertines eram famosos pelas prestações em palco, explosivas, regadas a álcool e inflamadas por muitas substâncias ilícitas. Doherty deixou-se consumir pela aura rock 'n' roll que perseguiu e acabou por abandonar a banda, por ter demasiadas faltas de comparência no currículo, ao que julgo. Actualmente, é mais conhecido como junkie. Já teve/têm outra banda, os Babyshambles, mas a sua cara aparece mais em jornais de escândalo do que no NME. Se morasse no outro lado do Atlântico seria descrito como white trash. Lixo humano - é como o vêm o autor e os assinantes do Make Doherty History, uma campanha que pasticha a famosa Make Poverty History. É precisa alguma dose de ódio para pegar numa causa tão nobre e virá-la contra uma pessoa. E é exactamente aí que reside a força de Peter Doherty, no ódio que inspira. Não é quaquer um que o consegue.

Isto tudo para dizer que gosto do rapaz. Não sei por quê, gosto deste tipo de "fritos" auto-destrutivos. E canções como "Can't Stand Me Now" dos Libertines ou "Fuck Forever" dos Babyshambles só favorecem o mito.

terça-feira, setembro 06, 2005

gallo 

Neste momento, o meu grande ídolo não é outro senão o multi-instrumentista, cantor, actor, modelo, artista plástico e realizador Vincent Gallo. Antes que a minha obsessão pelo homem comece a gerar suspeitas, devo enumerar algumas das razões que me levam admirá-lo. Primeira: é nova-iorquino. Ou melhor, é dos arredores de Nova Iorque, mas estabeleceu a sua vida artística na cidade em finais de 70, princípios de 80 (pergunto-me se terá havido melhor época para o fazer?). Segunda: ainda moço pertenceu aos Gray, uma banda da qual fazia também parte Jean-Michel Basquiat (palavras para quê?). Terceira: a sua música a solo (a que eu conheço, e que se resume à banda sonora de Buffalo '66 e ao álbum When) é das mais belas à face da terra; a sua voz de Chet Baker abraçada por minimalismos sonoros, tão precisos como necessários. Quarta: os dois filmes que dele conheço. The Brown Bunny (quem não percebe como o infame broche só ajuda ao pungente final, é parvo). Buffalo '66: uma das obras mais esperançosas para todos nós "fucked ups" (há quem a aproxime a It's a Wonderful Life, e por que não?). Quinta: as suas obsessões, que se vão espelhando e espalhando por toda a obra, de actor a músico, a realizador. Sexta: é republicano e desbocado, em terras em que o politicamente correcto impera. Haveria outras mais, mas estão são as principais (N.R.: a rima não foi propositada).

adenda
Sétima: só esta criatura me faria gostar de uma música de rock progressivo, no caso "Heart of the Sunrise" dos Yes.

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