<$BlogRSDUrl$>

domingo, abril 29, 2007

são jorge 

O que eu gostava de ver cinema numa sala antiga, com plateia e balcões. A sala 1 do São Jorge dá para ter uma ideia de como seria - já não ia lá há tanto tempo - mas era bem melhor se não tivéssemos de imaginar. E, porra, naquele cinema, até as casas-de-banho são bonitas.

sílvia 

Fica na Avenida de Roma, quartel-general, por assim dizer, do IndieLisboa, mais ao menos a meio, perto da casa da Alexandra Alpha (ou era da amiga?, já não me lembro). Na Pastelaria Sílvia os empregados têm como código de conduta a antipatia. A comida disposta na montra não é muito apetecível - vá lá, o prego não é mau - e não tem muito mais que a recomende. É uma tasca, como tantas em Lisboa. Tenho uma vaga ideia, acho que li algures, que o João César Monteiro, que morava ali perto, a frequentava. Talvez seja essa razão por que me sinto lá tão bem, ou nem preciso dessa caução cinéfila, sou é um tasqueiro. Para dizer a verdade, a coisa até tem uma esplanada interior ou lá como é que aquilo se chama bem catita. Podemos ficar a ver as pessoas a passar, enquanto o sol bate levemente nos prédios, num dia de céu azul, com algumas nuvens a decorar o cenário.

quinta-feira, abril 19, 2007

ser ou não ser rockista 

Interessantíssima entrevista a Simon Reynolds. O crítico inglês, antes um fervoroso anti-rockista, recupera o rockismo - a traço grosso, a cultura da guitarra, do artista genuíno, que não cede a vacuidades - como força regeneradora da música popular, através da repescagem de conceitos como arte, rebelião e intensidade.

sexta-feira, abril 13, 2007

panda bear 

na Rua de Baixo

terça-feira, abril 03, 2007

primeiro trimestre 

Nada me diz que o faça de novo, já que nunca o fiz, mas gostava de o fazer agora: um balanço à música que tenho ouvido nos últimos três meses, primeiros deste ano. Tem sido um período interessante, sentimento exarcebado pela minha "hibernação". Durante cerca de cinco anos quase não ouvi música do ano, da década em que estava, e só há um ano e meio regressei à "vida activa". Por isso, tudo me soa a novo e refrescante (tudo não, mas, vá lá, muita coisa). Terá sido bom esse reset. Se calhar o critério de qualidade está mais lasso, mas o meu problema era exactamente o contrário, o meu gosto estava completamente cristalizado. Para grandes males, grandes remédios. Desde o meu "renascimento" já conto com algumas adições de peso ao meu canône musical: Silver Jews, Kanye West, Common, Wilco, Richard Hawley, Radar Bros., Junior Boys, Modest Mouse e Animal Collective (não ligar ao post em que eu dizia que não ia à bola com eles, eu sou parvo).

Vamos, então, a 2007. Ou "Oh! Seven", como dizem os americanos (aviso: não se escreve assim, é dito assim). Adiante, e logo à cabeça, temos Panda Bear, o darling dos críticos e melómanos. Não é hype, pá, é bom, muito bom. Garante-se aqui, a não ser que apareça para aí qualquer coisa melhor, que "Person Pitch" será o álbum do ano. E há concerto no B.Leza, a 11 de Abril, para tirar as teimas. De seguida, os Deerhunter. Engraçado, não lhes achei grande piada ao vivo - fizeram a primeira parte para os Liars, o ano passado -, mas o álbum "Cryptograms" é sobreexcelente. Eu sou um sucker por shoegaze e afins, e isto é shoegaze com uma grande secção rítmica, à la post-punk. Mistura divina, portanto. E tem momentos que a beleza é ruído que se estende por alguns minutos. É dreampop: a música que ouvimos entre a vígilia e o sono. Na categoria dreampop, temos também os Soft Circle em "Full Bloom", noise ambiental com uma batida aqui e ali, propício para contemplar montes e vales imaginários. A ressalvar, ainda, e como algo completamente diferente, Richard Swift com "Dressed Up for the Letdown". Singer-songwriter com veia para explorar os géneros clássicos da pop de antanho, o título do álbum de Swift é tão bom como o que está lá dentro.

Noutra categoria, das coisas com piada, mas que ainda não tenho a certeza se são assim tão boas, ou por não ter ouvido o suficiente ou por outra razão qualquer, temos os Battles, de quem "Mirrored" nem sei se já foi editado, acho que não, mas faz de conta, que fazem um post-rock meio electro. O primeiro single "Atlas" é um primor de dançabilidade e inatingibilidade. E tem um vídeo fixolas. Vídeo fixolas, ou mais que isso, é o do "Hustler" dos Simian Mobile Disco, de quem só conheço esta canção. A ouvir com mais atenção, definitavemente, temos "From Here We Go to Sublime", álbum dos The Field, techno minimal do bom, aconselhado, entre outros, por Tom Breihan.

No capítulo dos desapontamentos, o líder incontestável é "We Were Dead Before the Ship Even Sank" dos Modest Mouse, que não é mau, mas sabe a pouco, depois de ouvidos os maravilhosos últimos dois álbuns da banda. "Sound of Silver" dos LCD Soundsystem, apesar de incensado por Breihan e Nick Sylvester, proeminentes críticos norte-americanos, ainda não convenceu, gosto mais da música para a Nike, donde sai, aliás, a faixa mais interessante deste álbum: "Someone Great". Os Arcade Fire já cansam um bocadinho - sobreexposição - mas "Neon Bible" até é comestível, está nos assim-assim. Não consigo é gostar de "Armchair Apocrypha" do Andrew Bird, depois de ter adorado "The Mysterious Production of Eggs".

Finalmente, as descobertas de anos transactos- por causa da hibernação e coiso (coisas antigas que, por azar, nunca tinha ouvido). Vou só dar nomes, que já estou cansado de escrever. É tudo coisa para cima de boa, sem ordem específica.

Q and Not U - Different Damage (2002)

Slint - Spiderland (1991)

Rollerkate Skinny - Horsedrawn Wishes (1996)

Manuel Göttsching - E2-E4 (1984)

Dinosaur Jr. - You're Living All Over Me (1987)

Sebadoh - Bakesale (1994)

This page is powered by Blogger. Isn't yours?