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segunda-feira, agosto 27, 2007

o dinossauro-alice 


Little Fury Things. Dinosaur Jr.

Se, por um lado, Lou Barlow escreveu uma ou outra das minhas canções preferidas, nos Sebadoh, o grande génio dos Dinosaur Jr. é J. Mascis. (Nunca escrevi tantos pontos finais a meio de uma frase, mas não faz mal.) Não só pela maneira como toca guitarra - e eu normalmente não suporto solos de guitarra -, mas também pelas suas letras difusas e fugidias - nesta canção, um coelho cai-lhe das mãos, ele agacha-se para o seguir pela toca, como se fora uma menina chamada Alice - e pela forma meio desleixada, meio sentimental como as canta. J. Mascis, como o vi em Paredes de Coura, já não é rapaz magricela que vislumbramos no vídeo, é uma espécie de Gandalf anafado, com o cabelo prateado a tapar-lhe a fronte, que murmura palavras indecifráveis entre músicas e não parece muito contente de estar ali. No entanto, esteve, e bem. Só temos de lhe agradecer a maçada.

sexta-feira, agosto 17, 2007

paredes de coura 

O Minho é lindo, até quando chove ou quando a névoa envolve as serras e o verde. As pessoas são simpáticas, muito mais que os alentejanos, povo muito desconfiado. Um gajo sente-se em casa. Antes do festival propriamente dito, houve fogo-de-artíficio e festa na aldeia, ou na vila, para ser mais preciso. Os Império Show, uma banda que deve percorrer todas as terrinhas neste mês de Agosto teve direito a um público diferente - pelo que vi, diversão para os locais é ficar a olhar para o palco impassivelmente - que exultou com umas covers manhosas de Xutos e alguns êxitos da que se costuma chamar música pimba.

Dinosaur Jr. foi tão bom como eu estava à espera. Não se ouvia nem a voz do J. Mascis nem a do Lou Barlow, mas aquela massa sonora arrebatadora em que me vi metido, aquela chuva, foi quase religioso, um milagre de electricidade. Não tanto assim os Mão Morta, apesar da conversa do Adolfo, mas o Oub'lá e o Anarquista Duval são tão bons como um concerto de Sonic Youth e a Kim Gordon a dançar e as guitarras do Thurston Moore e do Lee Ranaldo nos seus devaneios deliciosos e a bateria do Steve Shelley a agarrar tudo. E os Gogol Bordello foram a única banda a poder substituir o show imperial da vila.

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