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segunda-feira, junho 27, 2005

o gravador 

Em noites de bebedeira, chega-se sempre a um ponto em que as conversas - de grande nível estilístico-intelectual porque regadas a alcoól - se perdem. Seria, de certeza, muito engraçado levar um gravador noite fora - devidamente escondido - para que elas não se perdessem. Mas, provavelmente, iriam revelar-se de um sumo desinteresse para os nossos ouvidos sóbrios. A ver. Ou, melhor dizendo, a ouvir.

sexta-feira, junho 24, 2005

alucina 

Vou aproveitar o meu pequeno espaço para publicitar uma banda, com a qual convivo há muito (desde os primórdios - 1997, talvez). Ouçam-na. E façam o vosso julgamento.

quinta-feira, junho 23, 2005

repto 

Respondendo ao repto de meu amigo Carlos Paulo:

1. Tamanho total dos arquivos do meu computador.
Não percebo nada disso.

2. Último disco que comprei.
"The Stooges" dos Stooges e "Rum, Sodomy and the Lash" dos Pogues. Foi ao mesmo tempo.

3. Canção que estou a escutar agora.
Apesar de ser só na minha cabeça, "Like Eating Glass" dos Bloc Party.

4. Cinco discos que ouço frequentemente ou que têm algum significado para mim.
Grace - Jeff Buckley (agora e sempre, o meu álbum preferido)
Substance - Joy Division (de vez em quando, lá está ele na minha aparelhagem)
Best of: Nude and Rude - Iggy Pop (por causa de China Girl)
The Velvet Underground & Nico - Velvet Underground (o melhor álbum de sempre?)
Silent Alarm - Bloc Party (que ouço, principalmente, em carro alheio)

O repto está lançado a quem o quiser apanhar.

roman à clef 

Não sei bem dizer porquê, mas sempre tive uma especial predilecção por romances passados em universidades. Será talvez pelo ambiente de cultura, de citações inteligentes, de intrigas mesquinhas. Vladimir Nabokov é o grande especialista nesta vertente da literatura, como podemos perceber em Pnin. Recentemente, há uns quantos meses, dei por mim a ler, com grande satisfação, Todas las Almas de Javier Marías, que conta as desventuras de um professor espanhol em Oxford. Muitos pensaram, eu também, confesso, que aquele romance correspondia à realidade - o escritor, de facto, ensinara na universidade inglesa, na década de 80. O que acrescentava algum allure à coisa. Porém, há poucas semanas, comprei Negra Espalda del Tiempo do mesmo romancista ibérico, que serve de contra-ponto à novela inglesa - mostra-nos a backstory do romance, o que ele provocou na vida do autor e desmente, desde as primeiras linhas, a veracidade de quase tudo o que ficou escrito em Todas las Almas. Mas o que mais confude tudo isto é que Negra Espalda del Tiempo entre na bibliografia de Marías não como ensaio mas como obra de ficção. Ficamos às escuras, sem saber no que acreditar.

sexta-feira, junho 17, 2005

mancunian walk 

As gentes de Manchester, principalmente os gajos que têm bandas em Manchester, adoptaram já alguns anos um andar especial. Este tipo de andar, meio gingão, meio auto-confiante da treta, pode ser visto por exemplo no vídeo I Wanna Be Adored dos Stones Roses. Ian Brown desce aquela cordilheira de uma maneira única, muito popfuckin'star. Liam Gallagher, dos o-que-dizer-deles Oasis, imita com perfeição o dito andar, que se ajusta lindamente à sua imagem arrogante eu-tou-me-a-cagar-para-vocês-todos. Mas se quisermos identificar a origem do mancunian walk, não há necessidade de mergulhar muito fundo nas águas do passado. Basta lembrar os anos oitenta, a famosa Madchester, e os não menos famosos Happy Mondays. Quero crer que os movimentos sinuosos que caracterizam o andar mancuniano surgiram da estranha dança do enigmático Bez, que fazia não se sabe muito bem o quê na banda de Shaun Ryder. Fica em aberto a dança "macaca" do acima mencionado Ian Brown, pois embora relacionada é uma história bem diferente.

terça-feira, junho 14, 2005

provérbio macabro 

Quando morre um português, morrem logo dois ou três.

quarta-feira, junho 08, 2005

o amor 

Nas ruelas estreitas de Alfama já cheira a santos populares. Entre retoques finais nos preparativos para a festa, os moradores do bairro sentam-se a descansar nas poucas sombras que o calor permite. À espera da grande noite de domingo. Entre eles, encontra-se o "Pipi". Marcado pela vida, chora quando se recorda da mulher, falecida há quatro meses, com quem viveu durante 53 anos. Sente a falta dela, fala de uma dor que ninguém pode compreender. Toda a gente lhe diz para se esquecer, para se interessar noutras coisas. Este ano ele nem queria comemorar os "santos" mas amigos e familiares convenceram-no de contrário. Fala de uma mulher de quem toda a gente gostava, de como Alfama se esvaziou quando foi o seu funeral. Maria Helena. Segundo as suas palavras, no tempo em que foram casados nunca se separavam, andavam sempre juntos. Será isto o amor?

segunda-feira, junho 06, 2005

bud spencer 

Quando era criança, aos oito, nove anos, a minha estrela de cinema favorita era o Bud Spencer. Para quem não está a ver a figura, era um sujeito grande e gordo, de cabelo e barba fartos, que, nos filmes, distribuía porrada por toda a gente. Normalmente, era acompanhante de um loiro e magro Terence Hill. Bud Spencer não era muito falador, se bem me recordo, era mais de partir logo para a acção (acção essa que se restringia, lá está, ao destribuir de porrada). A Terence Hill cabiam sempre os papéis mais charmosos. Estes dois actores italianos participaram em muita coboiada, condizente com os seus pseudónimos americanos, nos anos 70 e 80. Mas, dizia eu, a minha preferência cinematográfica ia toda para Bud Spencer. A alegria ao ver as suas fitas (alugadas no vídeo-clube da rua) era imensa. Só comparável mesmo ao prazer que me davam as cassettes (do mesmo vídeo-clube) dos Três Moscãoteiros. Bendita infância.

domingo, junho 05, 2005

review #2 

Outro textinho para a Rua de Baixo.

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