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sexta-feira, julho 29, 2005

coqueluche 

Remetendo ao meu post anterior, vou revelar ao mundo (aos meus amigos e conhecidos) a nova coqueluche da pop britânica: os Art Brut. Claro que já foram falados aqui, por exemplo, e que não é uma descoberta minha, mas que se foda, os gajos têm estilo, uma rapariga baixista, um vocalista com um cantar quase falado e umas letras muito bem esgalhadas. São simples e directos, têm uma postura punk e irónica (como é bom quando estes conceitos se interligam) e são divertidos. Emily Kane seria o single deste Verão se vivêssemos num mundo melhor, mas em parte é bom que não o vá ser. Torna a coisa mais elitista e saborosa. O vídeo da supra-citada canção está nesta página da Xfm, procurem-no no meio dos outros.

quinta-feira, julho 28, 2005

next big thing 

A grande dificuldade para o melómano, especialmente quando ouve música recente, é a de saber separar o trigo do joio. Muitas vezes, uma coisa que nos soa bem à partida tem um prazo de fruição muito reduzido. Será essa a razão por que prefiro ouvir música com alguns anos, cujo valor está bem sedimentado e desperta poucas dúvidas sobre a sua qualidade. Mas com esta decisão (meio involuntária), arrisco-me a perder o comboio. E, contudo, daria o braço esquerdo para conhecer um combo (um pouco de pretensiosismo calha sempre bem) deslumbrante e fundamental antes de toda a gente. Revelar ao mundo a next big thing. É um daqueles sonhos que a minha enorme preguiça impede de se concretizar. Sou mais de estar sentado (deitado) confortavelmente no sofá a ler opiniões de outros. E, felizmente, há algumas em que posso quase cegamente confiar. Afinal, ter prazer em ser influenciado por alguns é uma forma de melomania tão respeitável como qualquer outra.

terça-feira, julho 26, 2005

o libertino 

Na passada sexta-feira, a 2: passou um documentário sobre um escritor pouco conhecido (pelo menos para as novas gerações, cheira-me) e mal-amado, um tal de Luiz Pacheco, de que antes só conhecia daqui (leiam a entrevista que é boa). O documentário pareceu-me inventivo de mais, pois eu prefiro o classicismo em algumas coisas (como os documentários), mas deu a ideia de um autor que, se agora está internado num lar, teve por costume afundar-se nas esferas mais viciosas da vida. O que eu queria ressaltar, no entanto, era este pequeno texto seu, que vale bem mais do que infindáveis documentários desses. Se apreciam boa literatura, mais do que dos dislates que se possam dizer sobre a vida dos seus fazedores, não deixem de o ler.

quinta-feira, julho 21, 2005

há festa no bairro 

Este post não terá nada a ver com a infame festa que decorreu no passado sábado lá para os lados do Largo do Carmo. Nem da próxima que terá lugar no mesmo local, dia 29 deste mês, sob o signo do "mau gosto". Vou antes escrever sobre a única banda - e penso estar ser rigoroso - que neste milénio me cativou o suficiente para sobre ela divagar.

Quem me conhece mais ou menos bem sabe que sou pouco dado à música que se faz hoje em dia. Ou porque gosto muito da que já foi feita há muito tempo atrás ou porque a actual não lhe chega aos calcanhares. Seja. Ultimamente, para não mumificar o meu gosto musical, tenho tentado fazer um esforço de audição dessas novidades que alguns dos meus amigos falam. Normalmente, a coisa não resulta muito bem, para minha pouca surpresa.

Contudo, uma das últimas tentativas compensou. A banda, como já alguns adivinharam, chama-se Bloc Party e tem a secção rítmica (bateria e baixo, para quem desconhece) mais cool dos últimos anos. As letras que se vão desvendando através do espesso sotaque inglês do vocalista colam-se à alma. Não que sejam geniais, mas tem uma fúria, um desalento que, mais ou menos expostos, dão aquela dimensão de que uma banda que faz canções pop precisa para ser mais do que isso.

Enquanto vou escrevendo estas linhas, dou conta da dificuldade de analisar uma coisa de que gostamos. Às vezes, mais vale só gostar, sem mais interrogações. Por isso, fico por aqui.

quarta-feira, julho 20, 2005

o desprezo 


quarta-feira, julho 13, 2005

chuva artificial 

Como se não bastasse o flagelo das goteiras, que insistem em verter a água suja das varandas em pleno Inverno, temos de suportar um fenómeno parecido nos meses mais quentes. Fazendo diariamente a Avenida 5 de Outubro, como faço, é quase impossível evitar as "mijinhas" dos ar-condicionados que existem em todos os prédios. É um verdadeiro slalom para o transeunte.

sexta-feira, julho 08, 2005

o defeso 

Àquele ambiente de pré-época futebolística - de contratações falhadas, de conversas sem interesse, de anseio pelo começo do campeonato - chama-se defeso. Com os atentados dá-se uma coisa parecida. Os disparates ditos com ar de superioridade pelas nossas figuras de proa (p.e. Mário Soares) chovem que nem cães e gatos. O problema é que este "defeso" não acaba.

terça-feira, julho 05, 2005

a minha salvação musical 

Confesso, com uma certa dose de azia, que o meu gosto musical foi, até tarde, bastante mauzito. No meu rádio habitualmente sintonizado numa “estação brasileira”, a ementa era invariavelmente péssima, tirando uma ou outra excepção. Mas, enquanto jovem alienado, de tal não me dava conta, apesar de sentir, vagamente, alguma náusea por aquilo que ouvia. Como nunca tive irmãos mais velhos (não tenho irmãos sequer) nem amigos conhecedores, não houve mestre para a minha cultura auditiva. Até um dia.

1995. No telejornal da hora do almoço da TVI, aparece uma reportagem sobre uma rádio que está com os dias contados. Não há dinheiro para a manter, embora já tenha originado um culto de seguidores. Chama-se Xfm e transmite para uma “imensa minoria”. Por curiosidade – que não sei de aonde veio – vou ao meu aparelho de rádio e sintonizo a frequência 91.6.

Depois de um momento esquizofrénico, em que ouvia Rádio Cidade (tenho dificuldade em controlar o vómito) e a Xfm ao mesmo tempo, o meu gosto foi-se educando para o refinamento que hoje ostenta. Explicar todos os passos seria exaustivo (para não dizer chato) e por isso fico por aqui. Quem conhecia a dita rádio, saberá da sua importância e não precisa de mais adendas, quem não a conhecia, devia ter vergonha.

A melhor rádio portuguesa de sempre morreu, para desgosto de muitos, no dia 31 de Julho de 1997. Um dia inesquecível, pelas piores razões.

segunda-feira, julho 04, 2005

raskolnikov 

Vista a coisa de fora, parece-me que há pessoas que só cometem crimes para, como bons cristãos, os poderem expiar.

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