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terça-feira, novembro 29, 2005

s/t 

"And I wanna be like water if I can
cause water doesn't give a damn"
Horseleg Swastikas, Silver Jews

sábado, novembro 19, 2005

música no coração 

Os bons filmes musicais - os grandes clássicos produzidos nos estúdios da MGM e da RKO, os que se baseiam no melhor teatro musical da Broadway - fogem da lógica mundana como o diabo da cruz. De repente, sem qualquer razão aparente, e sem que ninguém levante o sobrolho em sinal de incredulidade, Fred Astaire sapateia-se por um cenário a fazer de Veneza, o tempo necessário para se ouvir até ao fim uma canção de Irving Berlin. Nunca tive problemas com isso. Cinema é artifício. E é tanto melhor quanto mais se dá conta disso. Ou como diria Hitchcock, não se deve servir a realidade às fatias num grande écran. Numa sala às escuras, pede-se algo que reconforte mais a gulodice. Não há bolo mais apetecível que uma coreografia de Busby Berkeley, filmada em plongée, em que dezenas de raparigas se dispõem para a câmara com o objectivo de deleitar o espectador que se prostra em pose de voyeur. O cinema musical é um artifício luxuriante - de luxo e de luxúria -, é o apogeu da sua arte. Poder-se-ia dizer o mesmo de outros géneros, como os filmes de capa-e-espada, em que donzelas precavidas, de súbito, se deixam levar nos braços de um pirata. É o mesmo jogo de ilusão. O sonho ao alcance da mão. Como nos contos de fadas, às vezes, pressente-se um pesadelo por vir. Mas tais sensações pertubadoras servem tão-só para dar lugar aos milagres finais.

(editado por carlos paulo, correspondente do fastio em Madrid)

quinta-feira, novembro 10, 2005

depois do deserto 



Tenho uma paixão mal disfarçada pela América, aquela América que se atravessa de uma ponta à outra, por entre árvores frondosas e outonais, neves de cartão-postal e desertos onde gangsters escondem cadáveres. É uma viagem fictícia - mesmo que um dia se torne real -, pois as imagens que guardo dela não existem de verdade, pertencem a livros, filmes e músicas. Infelizmente, depois do deserto, nunca encontrarei a Nastassja Kinski esquecida num local de má fama do Texas.

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