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quinta-feira, março 29, 2007

sexualidades 

na Rua de Baixo

Filme a estrear no dia 12 de Abril

como uma criança 


Like a Child. Junior Boys.

Este é o vídeo para a minha canção preferida daquele que foi, de longe, o melhor álbum do ano passado.


terça-feira, março 27, 2007

o caimão 

na Rua de Baixo

quarta-feira, março 21, 2007

o véu pintado 

na Rua de Baixo

sexta-feira, março 16, 2007

arranha-céus 



Os Wilco, outra vez.

terça-feira, março 13, 2007

o céu azul 

O álbum ideal para ouvir nestes fins de tarde semi-primaveris:


Wilco. Sky Blue Sky.

quinta-feira, março 08, 2007

atenção há pegadas no tecto 

Despeço-me dos meus amigos à porta do King, e vou andando para a estação de comboios do Areeiro, não quero perder o comboio, ou ainda vou estar à espera uma meia-hora, ou pode mesmo não haver mais nenhum. Acelero o passo, de fora da estação, vejo que há um comboio à meia-noite, são onze e quarenta e quatro, não preciso de correr. Tenho de esperar um quarto de hora, fazer tempo, nada a que não esteja habituado. Desço as escadas que dão para a estação. Lá em baixo, procuro a casa-de-banho, como não estou a ver onde é, ou já não me lembro, pergunto ao segurança que está por ali, é ao fundo à direita, depois veja os símbolos, diz o segurança, não vá eu enganar-me na casa-de-banho. Lá está ela, no sítio indicado, a casa-de-banho. Entro. Na porta de um dos compartimentos, escancarada, está escrito "ATENÇÃO HÁ PEGADAS NO TECTO", acho piada, olho para cima, é óbvio que não há pegadas no tecto, sou estúpido por ter olhado. Não sei se alguém deixou aquilo para as pessoas olharem para cima, sentido-se depois parvas, ou se é só uma frase surrealista deixada ali para o prazer dos outros, decido pela segunda opção, salvaguarda a minha inteligência, e, de qualquer maneira, sempre gostei de coisas que não fazem sentido, absurdas, de resto, odeio coisas com mensagem, tipo filmes ou livros ou com mensagem são a pior coisa do mundo, ou estão lá perto. Na música, a mensagem safa-se melhor, não sei porquê. Faço o que vinha ali fazer, à casa-de-banho. Olho-me ao espelho enquanto lavo as mãos, quase de relance. Saio da casa-de-banho, subo à plataforma de onde sairá o meu comboio, são onze e cinquenta e um, faltam nove minutos. Acendo um cigarro, está frio, mas não está assim tanto frio, e costumo dar-me bem com o frio, melhor que com o calor pelo menos. Ando pela plataforma, não consigo ficar parado, mas não é pelo frio. Um homem vem-me pedir lume, é preto, por que é que tenho de escrever que era preto?, não interessa nada. É de noite, não está muita gente na estação, e lá no fundo, por muito esforço que façamos, somos todos uns racistas filhos-da-puta, entre outras coisas más. Dou-lhe lume, faz-me sentir bem, afinal não sou assim tão racista, mas afinal sou porque estou a pensar nisso. Ando para o outro lado da plataforma, para ao pé do sítio onde devo estar para apanhar a carruagem certa, na cauda do comboio. Uma mulher senta-se num dos bancos, é branca, tem a cara sugada, o nariz longuíssimo. Fico a achar que é drogada, acho que todas as mulheres de cara chupada são drogadas ou prostitutas e lembro-me que quando estive em Alfama no último verão vi uma mulher feíssima, assim. Esta tem o cabelo arruivado, não sei se ajuda, acho que sim. Ouço uma voz, o preto volta-me a pedir lume, deixou o cigarro apagar-se, é um cigarro de enrolar, apaga-se com mais facilidade. Volto a dar-lhe lume, o meu isqueiro é azul, gosto da côr do meu isqueiro. O meu cigarro já não dura muito e ainda faltam uns minutos para a hora do comboio. Fui ver um filme que metia brancos e pretos, droga e afins. O filme é bem melhor que esta descrição, aliás é um grande filme, um dos filmes da década, li há cerca de duas horas atrás no poster do filme, frase de Ebert & Roeper, dupla de críticos (tive que ir ver isto ao Google, já não me lembrava do nome do segundo), incorrectamente pontuada, coisa que me chamou à atenção. Ando para o outro lado da plataforma, afasto-me do local ideal. Nisto, o comboio chega à estação, cinco minutos antes da partida, estou a acabar o cigarro, até calha bem, e assim posso proteger-me do frio que não me chateia assim tanto. Volto a andar para trás, paro frente a uma das últimas carruagens, toco no botão para abrir a porta, dou as últimas passas no cigarro, entro no comboio.

segunda-feira, março 05, 2007

anne 

Gosto do humor do Little Britain porque não tem medo de ser completamente abjecto. E porque não se coíbe de "atacar" aquelas pessoas que normalmente estão protegidas pelo "humorismo correcto". Temos velhas a vomitar e a mijar, gajos em cadeiras-de-rodas a fingirem-se de deficientes por preguiça, obesos mórbidos, gays assumidos que no fundo são hererossexuais in the closet, travestis mal disfarçados, prostitutas tailandesas transexuais, xungas white-trash e por aí afora.

Mas a minha personagem preferida é a Anne, uma deficiente mental que o doutor Lawrence, seu médico numa instituição psiquiátrica, tenta sem sucesso inserir na sociedade. Anne só faz porcaria - às vezes literalmente -, enquanto vai soltando uns sons que transcritos darão algo como ehehehhh. Eu, de tanto a imitar, já dou por mim a tossir na mesma cadência.

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